Produtor de gado confirma vantagem em aproveitar ainda o subproduto da soja, armazenando na propriedade
Gente Nossa
Fazenda formadora de opinião na região do Vale do Araguaia, em Barra do Garças, Mato Grosso (MT), a São Luiz é reconhecida pela produção de gado Nelore. De propriedade da Carpa Agropecuária, que completou 50 anos este ano, a aptidão da fazenda é essencialmente a pecuária, mas há 12 anos passou a integrar com o plantio de soja. A Carpa é o braço de pecuária da holding Pedra Agroindustrial SA, empresa que está completando 90 anos de atividade nos segmentos de açúcar, etanol e cogeração de energia elétrica a partir do bagaço de cana.
No Mato Grosso, a Carpa conta com 26.800 hectares (ha), sendo 15 mil ha de área aberta, destinados à pastagem. “Da necessidade de melhorar a qualidade dos pastos, sem abrir mais áreas, é que entramos na soja”, conta Marcos Junqueira Cardoso, gestor da Carpa Agropecuária MT.
Foram ampliando a área de cultivo aos poucos. Hoje, a Carpa ocupa 3.500 ha com soja. Seu projeto é chegar a 7.200 hectares com a produção do grão.
A integração lavoura-pecuária (ILP) foi uma grande aliada para vencer os desafios do clima. O Vale do Araguaia tem estações de seca e chuva bem definidas. “Como estamos numa região que não conseguimos fazer safrinha de grão, falamos que temos uma ‘safrinha de carne’. Usamos a sobressemeadura de ruziziensis (tipo de gramínea) sobre soja, para estabelecer pastagem e oferta de alimento para o gado na época seca do ano”, explica Cardoso.
Até 2019, trabalhavam sem sistema de armazenagem próprio, encaminhando a colheita para cerealistas. Com o aumento do volume de produção, os empreendedores da Carpa sentiram necessidade de ter a mercadoria na mão, e resolveram investir em estruturas para tratamento e armazenamento de grãos na fazenda.
Em 2020, o sistema completo de armazenagem foi instalado na propriedade. Composto por três silos para 70 mil sacas, um silo pulmão para 10 mil, um de expedição para 1.800 sacas, além de secador, fornalha e equipamento para pré-limpeza, já recebeu a segunda safra este ano (2021). A obra civil do projeto desenvolvido pela GSI foi preparada para atender a perspectiva de crescimento da produção da Carpa, quando os silos de 70 mil sacas serão substituídos por estruturas para 100 mil sacas. A fazenda já atingiu a média de 64 sacas por hectare.
Cardoso aponta as vantagens de ter o armazém na propriedade, especialmente, para quem faz integração lavoura-pecuária. “Quando se armazena fora, se o grão tiver uma qualidade inferior é descontado da fazenda pelo cerealista. O subproduto da soja é de excelente qualidade para ser usado na ração animal. Guardando em silo próprio, fica na fazenda e representa mais um ganho para o produtor.” Ele lembra ainda que, para quem tem pecuária, essa estrutura pode ser usada em determinada época do ano para guardar milho e sorgo.
Satisfação - A experiência da empresa relativa ao pouco tempo de produção de soja ainda não tinha oportunizado a operação de equipamentos, como o de pré-limpeza e o secador. Esse fato chamou a atenção para mais uma característica do sistema de armazenagem GSI: a facilidade de operação dos equipamentos.
“A fornalha é um show!”, comemora Cardoso. “O nosso departamento técnico a conheceu no seu lançamento, na Agrishow de 2016. Apesar do equipamento ainda ser novo no mercado, tiveram boas referências de outros clientes da marca. Esse investimento foi um acerto.”
Legenda:
Da esquerda pra direita, Vidio Backes, da GSI, Marcus Junqueira Cardoso, administrador da Carpa MT, Gilson Eurípedes da Siva, consultor de elétrica da Carpa, Gilberto dos Santos, representante autorizado GSI.
Foto realizada em visita técnica à obra em fevereiro de 2020, antes da pandemia.